Este trabalho fiz para a pós graduação em neuropsicopoedagogia, vou deixar disponível para vocês para servir de estudo. Bom proveito.
Ps: Pode copiar e colar, mas não esqueçam de colocar o link do blog.
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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E
APRENDIZAGEM
A aprendizagem é um aspecto
cognitivo, que envolve o ser humano em sua totalidade, sabemos que fatores como
natureza, alimentação e vivência são requisitos importantes para o processo do
desenvolvimento da
aprendizagem do indivíduo.
aprendizagem do indivíduo.
Para Santos(2006, p. 4)
O desenvolvimento humano se
estabelece através da interação com o indivíduo com o ambiente físico e social.
Se caracteriza pelo desenvolvimento
mental e pelo crescimento orgânico.
O desenvolvimento mental se constrói
continuamente e se constitui pelo aparecimento gradativo de estruturas mentais.
As estruturas mentais são formadas de
organizações de atividades mentais que vão se aperfeiçoando e se solidificando,
até o momento que todas elas, estando plenamente desenvolvidas caracterizando
um estado de equilíbrio superior em relação a inteligência, a vida afetiva e as
relações sociais.
Todas
as fases de desenvolvimento como fetal, nascimento, infância, adolescência e
fase adulta estão em constante aprendizado e reorganizando suas estruturas
mentais, sociais e físicas, e justamente por isso que é importante conhecermos
todas essas vivências e experiências juntamente com seus estágios e seus processos de desenvolvimento na opinião
de estudiosos como Wallon, Vygostisk e Piaget, com diferentes esquemas
estruturais para o desenvolvimento da aprendizagem e todas elas com suas
peculiaridades distintas que complementam a interação do indivíduo na sua
totalidade.
A
aprendizagem é um processo que vem de dentro para fora, ou seja, o indivíduo
processa a informação e tenta repeti-la, então a aprendizagem se dá a partir da
troca de experiências e vivências, seja ela social, física ou emocional.
Segundo
Henri Walon, o estudo dos aspectos mentais de desenvolvimento da criança é
fundamental para o seu processo educacional, como psicólogo tratou de pesquisar
sobre o desenvolvimento o indivíduo a partir do seu nascimento com a
perspectiva da emoção, afeto e movimento.
Segundo
Galvão (1995, p.19):
Preocupado em afirmar a
especificidade da psicologia como ciência, Wallon busca experimentar seus
fundamentos epistemológicos, objetivos e métodos. Dialoga com as principais
correntes no pensamento filosófico ocidental, procurando identificar a origem
das contradições que atingem a psicologia de sua época. Opõe-se as concepções
reducionistas que limitam a compreensão do psiquismo humano a um ou a outro
termo da dualidade.
Walon foi um humanista, preocupado
sempre com o desenvolvimento integral da criança, não se absteve de ir a além
do que a psicologia da época conhecia, dividiu então sua pesquisa em cinco
estágios:
- Estágio Impulsivo Emocional: Se dá no período de 0
a 1 ano, inicia a partir de movimentos não estruturados e impulsivos, a
coordenação e estruturação dos seus movimentos e diálogo com o corpo;
- Estágio sensório motor e projetivo: Se dá no
período de 1 a 3 anos, se dá a partir da fala e gesto, e utiliza objetos para o
desenvolvimento motor e cognitivo;
- Estágio do personalismo: Se dá no período de 3 a 6
anos, neste estágio se dá a partir da interação de si mesmo com o outro, trocas
de experiências, imitações.
- Estágio categorial: Se dá no período de 4 a 11
anos, neste momento a criança já entende sua individualidade e se senti seguro
para explorar o mundo físico com atividades em grupo e com assimila atividades
com vários níveis de abstração.
-Estágio da puberdade e adolescência: Se dá a partir
dos 11 anos. Nesta fase a criança passa de um estágio de firmação de caráter,
seu desenvolvimento motor, afetivo e intelectual estão afiados e prontos para
novas transformações. O corpo novamente se transforma e se torna um período
bastante complexo.
Segundo
Galvão (1995, p.44):
Na sucessão dos estágios há uma
alternância entre as formas de atividades que assumem a preponderância em cada
fase. Cada nova fase inverte a orientação da atividade e do interesse da
criança: do eu para o mundo, das pessoas para as coisas. Trata-se do principio
da alternância funcional.
Para
Levi Semenovich Vygostsky, a sua teoria, muito conhecida no meio educacional,
afirma ser determinante para o desenvolvimento a aquisição de conhecimentos do
indivíduo e a relação dele com outras pessoas. Vygostsky considera o homem um
ser histórico e produto de um conjunto de relações sociais, destaca em seus
estudos que é preciso considerar dois níveis de desenvolvimento: o real e o potencial.
O real consiste em tudo aquilo que o indivíduo já sabe e o que ele já conhece.
O potencial é aquilo que ele pode fazer ou o que pode aprender com o
determinado objeto.
O
que se destaca na teoria desse autor é o que chamamos de Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP), que é a distancia entre seu desenvolvimento
real, que se acostuma determinar através da solução independente de problemas,
e o nível do seu desenvolvimento potencial.
Segundo
Dalla Valle (2007, p. 35):
A zona de desenvolvimento proximal,
como o próprio nome sugere, sempre está próxima do que a criança já sabe
(real), e isso reafirma uma prática há muito difundida nas nossa escolas:
devemos sempre, como professores, partir do que a criança já tem.(...) Para
traçarmos um paralelo com as práticas diárias dos professores de crianças
pequenas e, em linhas gerais, trazermos o pensamento de Vygostsky para a
escola, temos que trabalhar com três vertentes: interação, linguagem e zona de
desenvolvimento proximal.
Isso
não quer dizer que devemos somente deixar as crianças se desenvolverem
sozinhas, mas nesse ponto somos apenas mediadores, servimos de ponte para que o
processo de aprendizagem aconteça de fato.
Jean
Piaget desenvolveu em seus estudos o processo da aquisição do conhecimento por
parte das crianças. Para o autor o conhecimento é uma construção diária que
parte do contato com outras crianças com os objetos de estudo, que parte do
fator físico/ mental/ afetivo. Sua teoria chama-se Epistomologia Genética, onde
afirma que o conhecimento resulta das interações que se produzem a meio caminho
entre sujeito e objeto.
Piaget
afirma que o indivíduo passa por diferentes estágios, sendo desde o momento que
nasce até a fase adulta, estes estágios são “estágios de desenvolvimento”.
Vejamos:
1º Estágio: Sensório-motor (0 a 2 anos): A criança
conquista seu mundo através de percepção e dos movimentos que a cerca.
2º Estágio: Pré-operatório (2 a 7 anos): Inicia-se a
fase oral, onde desenvolverá os aspectos intelectuais e afetivo social da
criança;
3º Estágio: Período das operações concretas (7 a 11
ou 12 anos): A criança apresenta capacidade de reflexão, adquire autonomia e
organiza seus próprios valores morais;
4º Estágio: Período das operações formais (A partir
dos 12 anos em diante): É a passagem do pensamento concreto para o pensamento
formal, abstrato, é capaz de lidar com conceitos de liberdade, justiça
etc. e capacidade de reflexão
espontânea.
A
teoria de Piaget apresenta ainda alguns conceitos muito importantes para a
educação e para nosso contexto de aprendizagem. São eles: equilibração, adaptação,
acomodação, assimilação e desequilíbrio.
Seria
impossível em tão poucas linhas falar sobre todo o desenvolvimento da
aprendizagem desses autores, são inúmeras obras e estudos realizados a cerca desse
tema tão complexo e ao meso tempo surpreendente. Falar sobre desenvolvimento
humano, sobre desenvolvimento da aprendizagem é interessante e inevitável para
nós auxiliares na construção do conhecimento.
Partindo
agora para minhas experiências pessoais posso dizer que o processo de
aprendizagem realmente ocorre quando colocamos em prática.
Cada
indivíduo traz com sigo a sua complexidade, os fatores como cultura, sociedade
e ambiente transformam e moldam a sua personalidade, então seria errôneo dizer
que todos aprendem da mesma maneira.
Certa
vez, na alfabetização, alunos entre 6 e 9 anos, me deparei com um aluno de 7
anos muito educado e atencioso, mas tinha um problema de déficit de atenção,
conhecia todas as letras do alfabeto mas não sabia ler. Então me questionava
porque isso acontecia, dado ao fato de que ele tinha todos os requisitos para
ser um bom aluno, o que aplicava em sala não surtia resultado para ele, mas
percebi que o garoto era muito dado a jogos e brincadeira. Foi quando me surgiu
a ideia de desenvolver um jogo, “o jogo das letras”, fiz todo o silabário
duplicado e em formato de cartões com imãs colados atrás e cartões grandes com
imagens de frutas e objetos, eu entregava para ele a figura e ele tinha que
colar o imã as suas respectivas sílabas, por exemplo: macaco, e ele separava as
sílabas e colava. Bom, na primeira tentativa foi frustrada, então no segundo
dia eu separei as silabas e dei a ele, então ele colocou-as em ordem e formou a
palavra, fiz várias atividades com o aluno e depois de dois dias ele começou a
ler sem tantas dificuldades.
O
que pude perceber é que o aluno simplesmente não entendia como as palavras se
formavam, e ao lê-las em ordem foi percebendo que a junção das sílabas fazia
sentindo.
O
ensinar e aprender é uma experiência mútua, desde que tenha um objetivo como, o
querer fazer. Com essa experiência percebi como o indivíduo é singular e ao
mesmo tempo desafiador, mesmo assim não posso deixar de enfatizar sobre a
importância dos pais dentro do âmbito escolar. O fato de conhecer os pais do
aluno me deu mais uma ferramenta para construir essa processo de aprendizagem
sobre a alfabetização, eles me forneceram um diálogo aberto e enriquecedor a
cerca do aluno, talvez se isso não tivesse acontecido não teria chegado a esse
resultado em tão pouco tempo.
O
papel dos pais na escola é fundamental nos dias de hoje, vivemos em um mundo
violento, com drogas e novas tecnologias e a criança cada dia tem mais acesso
as informações fora dos muros escolares, isso se torna atraente aos olhos do aluno,
já que é tudo “novidade”. A escola e pais tem que andar juntos no que diz
respeito a educação e aprendizagem do filho, assim fica mais difícil o desvio
para outras informações.
O
pai faz o papel de facilitador nesse processo de ensino aprendizagem, ele
cobra, corrige e anda sempre em constancia com o professor. Auxiliando nas
atividades e estando sempre na escola no papel de conferente e fiscalizador das
ações.
REFERENCIAS:
DALLA VALLE, Luciana de Luca. Metodologia
da Alfabetização, Curitiba – PR: Ibpex, 2007.
GALVÃO, Isabel. Henri Wallon, Uma
concepção dialética do desenvolvimento Infantil. Petrópolis – RJ: Vozes,
1995.
SANTOS, Rosangela Pires dos. Psicologia
do Desenvolvimento da Aprendizagem, São Paulo – SP: Ieditora, 2006.
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