Os casos de João e Rita (meninos autistas)
O joão
Segundo a sua mãe, João quando bebé era afetuoso e brincalhão.Aos seis meses já se sentava e engatinhava. Com 10 meses começou a andar e aos 13 meses já podia contar. Um dia, com 18 meses a sua mãe encontrou-o sentado na cozinha brincando com as panelas de forma estereotipada (repetindo sempre
os mesmos movimentos) e de tal forma concentrado que não respondeu às solicitações da mãe. A partir desse dia a mãe refere que ele se transformou. Parou de se relacionar com os outros, sejam crianças ou adultos. Agora a mãe observa que o João frequentemente corre ziguezagueando pela casa. Fixou-se em lâmpadas eléctricas, e então corre pela casa apagando e acendendo as luzes e se alguém tenta interrompê-lo ele fica bastante agitado, batendo e mordendo em quem se apresentar pela frente.
A Rita
Desde o dia em que nasceu que a mãe refere que a Rita apresenta comportamento dito anormal, pois parecia diferente das outras crianças. Numa idade em que a maioria das crianças é curiosa e quer ver tudo, a Rita mexia-se pouco no berço e não respondia aos ruídos dos brinquedos. O seu desenvolvimento não se processou normalmente: ficou de pé, antes de engatinhar, e quando andava era na ponta dos pés. Aos dois anos e meio de idade ainda não falava e apenas agarrava os objetos ou gritava pelo que queria.Era capaz de ficar sentada durante horas olhando para um dos seus brinquedos. Durante uma sessão de avaliação passou todo o tempo puxando os tufos do casaco da psicóloga.
O desenvolvimento social é perturbado, diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais.
A comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada dos padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida (mutismo).
Observa-se rigidez do pensamento e do comportamento e fraca imaginação social. Na criança autista são frequentes comportamentos ritualistas e obsessivos, a dependência de rotinas, o atraso intelectual e a ausência de jogo imaginativo.
Normalmente o seu início é precoce, pois geralmente inicia-se antes dos trinta meses de idade. Contudo, podem observar-se indicadores que o processo de desenvolvimento da criança não está a decorrer da forma desejada, mesmo antes dos seis meses.
Os pais e os profissionais de saúde devem estar alertas em relação ao autismo infantil sempre que desconfiem que determinados comportamentos são desadequados na criança.
São os pais que, numa primeira etapa, devem alertar os profissionais de saúde que algo não está bem com as suas crianças, alertar para o fato das crianças manifestarem um comportamento menos normal e desadequado para a sua idade.Não é de estranhar que, quando as crianças iniciam a pré-primaria, esse comportamento também possa ser detectado pelos professores e educadores, os quais prontamente podem entrar em contato com os pais ou profissionais de saúde, alertando-os para o fato de que a criança não tem o comportamento mais adequado.
Os médicos, enfermeiros e psicológos, lidam quase diariamente com mães que referem que as suas crianças apresentam comportamentos "incomuns", tais como:
- Não estabelecer contato com os olhos;
- Parecer ser surdo;
- Tendo iniciado o desenvolvimento da linguagem, esse desenvolvimento é completamente interrompido e repentinamente;
- Age como se não tivesse conhecimento daquilo que acontece com os outros,
- É heteroagressivo sem motivos para isso;
- Torna-se inacessível à comunicação com os outros;
- Em vez de explorar o seu meio ambiente e as novidades, restringe-se na fixação de objetos;
- Quando se fixa num objecto não se fixa como um todo mas fixa-se nas suas partes;
- Apresenta, por vezes, gestos imotivados como o balancear das mãos ou então balancear-se;
- Cheira ou lambe os brinquedos;
- Aparentemente mostra-se insensível aos ferimentos podendo mesmo autoagredir-se;
Bibliografia:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1980;
Barthélemy et al (2000) - Descrição do Autismo - International Association Autism-Europe
DELONG, BEAU, BROWN, 1981
ORGANIZAÇÀO MUNDIAL; DE SAÚDE, 1993
Barthélemy et al (2000) - Descrição do Autismo - International Association Autism-Europe
DELONG, BEAU, BROWN, 1981
ORGANIZAÇÀO MUNDIAL; DE SAÚDE, 1993
* Baixe aqui revista autismo: 1 em 110; - Edição 1;
(arquivo zip para descompactar)
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