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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Como lidar com o estresse na primeira infância

"Ah, que bom era aquele tempo em que eu era criança, que não tinha preocupações, nada com que me estressar!". Há muitos adultos que dizem essa frase e relembram a infância como aquele tempo de bons ventos, em que as maiores preocupações eram fazer lição de casa ou pular o muro e enfrentar o cachorro do vizinho para pegar a bola. Tem até o célebre poema do Casimiro de Abreu: "Oh! que saudades que eu tenho / da aurora da minha vida, / da minha infância querida / que os anos não trazem mais!"
Ninguém nega que, de fato, a criança tem muuuuito menos responsabilidades do que os adultos e que a infância é um tempo de brincar e de viver sem preocupações. Mas não é por isso que ela não está sujeita ao estresse. Enfrentar um cachorro, por exemplo, é uma situação de perigo que aciona os mesmos sistemas de reação do corpo da criança que quando um adulto está se descabelando com prazos apertados no trabalho.

Outros exemplos de momentos estressantes para uma criança: briga entre os pais, o primeiro dia de aula em uma nova escola, lidar com a morte de alguém querido, ter muitas aulas e cursos extras e viver em um bairro violento e perigoso... Tudo isso pode deixar a criança em estado de alerta. O que não é de todo mal, já que o estresse prepara o corpo para enfrentar um perigo iminente. O problema é a repetição contínua desse estado de alerta. Ficar com esse sistema de defesa ligado por muito tempo, ou repetidamente, não é nada saudável pois poderá afetar, por exemplo, o seu desenvolvimento socioemocional.
Como às vezes não é possível evitar que a criança passe pelo estresse, a atuação dos responsáveis por ela nos episódios ajudará a criança a enfrentar o problema e a estabelecer o jeito como ela vai lidar com as situações de estresse que aparecerem ao longo de sua vida. Em outras palavras, com apoio dos pais, com afeto, com colo, com o chamado apego seguro, as crianças reagem melhor ao estresse. Paul Tough, autor do livro Uma Questão de Caráter, lembra: "não se trata de protegê-las do estresse, mas de ajudá-las a lidar e a superar esse estresse".

Fonte: Educar para crescer

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